O governo de Mato Grosso decretou situação de emergência em Poconé, a 104 km de Cuiabá, devido à severa crise hídrica enfrentada pelo município. O decreto, publicado nesta terça-feira (6) no Diário Oficial do Estado, tem validade de 180 dias e autoriza ações de apoio coordenadas pela Defesa Civil.
Impacto da seca e medidas adotadas
A seca em Poconé é classificada como desastre pela Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade). Em julho, o Rio Paraguai atingiu o menor nível já registrado desde o início do monitoramento há 59 anos. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) implementou regras para o controle do uso dos recursos hídricos da bacia do Paraguai, priorizando volumes mínimos para abastecimento humano, de animais, combate a incêndios, preservação da fauna e atividades econômicas.
Dados alarmantes sobre a redução da superfície de água
De acordo com o MapBiomas, o Brasil registrou uma redução na superfície de água em 2023 pela segunda vez em três anos, comparado à média histórica. O Pantanal foi o bioma mais afetado, com a superfície úmida 61% abaixo da média em 2023. Apenas 2,6% do bioma estava coberto por água, refletindo uma superfície de água anual de 382 mil hectares, muito abaixo da série histórica.
Situação do Rio Paraguai
O Rio Paraguai, com uma extensão total de 2.621 km, nasce na Chapada dos Parecis e percorre os biomas da Amazônia e Cerrado até o Pantanal e Paraguai. É o principal canal de drenagem da Bacia do Alto Paraguai (BAP), com 1.693 km situados na Região Hidrográfica Paraguai.
A situação de emergência decretada em Poconé destaca a gravidade da crise hídrica no estado de Mato Grosso. As medidas implementadas pelo governo estadual, coordenadas com a Defesa Civil, são essenciais para mitigar os impactos da seca e garantir o abastecimento de água para a população e a preservação do ecossistema.